segunda-feira, 8 de março de 2010

O Estado Nacional



A formação do Estado Nacional Português


A ocupação mourisca durou do século VIII a meados do século XII, das quais uma das suas maiores contribuições foi a introdução do azulejo, um pequeno quadrado brilhante, de tom azulado, que poderá conter, ou não motivos, e que é normalmente utilizado na decoração de interiores ou exteriores. A partir das Astúrias a luta contra os Mouros continuou e com a ajuda de cavaleiros cristãos do Norte e Centro da Europa - os Cruzados - formaram-se na Península Ibérica reinos cristãos:Leão, Castela, Navarra e Aragão. A designação Dinastia de Borgonha aplica-se às casas reais de Portugal, Galiza, Leão e Castela, e que governaram estes países, respectivamente, entre 1096 e 1383, 1126 e 1230 e 1126 e 1368, ainda que não tenham uma origem comum. Com efeito, a Dinastia da Borgonha reinante em Portugal deriva da casa ducal da Borgonha, por via do conde D. Henrique, e a dinastia da Borgonha reinante em Leão e em Castela derivada da casa condal da Borgonha, por via do conde D. Raimundo, pai do imperador Afonso VII de Leão e Castela.
O rei de Castela queria alargar os seus domínios e pediu ajuda a cavaleiros franceses. De entre eles destacaram-se D.Raimundo e D.Henrique de Borgonha na luta contra os Mouros. Como recompensa pelos serviços prestados D. Henrique casou com D.Teresa, filha do rei de Leão e recebeu o Condado Portucalense para defender e administrar. Do casamento entre D. Henrique e D. Teresa nasceu D. Afonso Henriques. O maior desejo do Conde D.Henrique era transformar o Condado num reino independente, mas morreu sem o conseguir. D Afonso Henriques lutou contra a mãe, D.Teresa, pela possse do Condado e venceu-a na batalha de S. Mamede. Começou então, em 1128, a governar.
Para defender o território lutou contra os Mouros na batalha de Ourique e a partir daí considerou-se rei de Portugal. Como queria a independência do Condado Portucalense, D. Afonso Henriques lutou contra o seu primo D.Afonso VII, rei de Leão e Castela e venceu-o na batalha de Valdevez, em 1140. A pedido de D. Afonso VII foi assinada a paz. Em 1143 realizou-se a Conferência de Zamora. Aí foi declarada a independência do Condado Portucalense que passou a chamar-se Reino de Portugal e a D. Afonso Henriques foi-lhe dado o título de rei. Para alargar o território o rei lutou contra os Mouros e conquistou algumas cidades entre as quais Santarém e Lisboa. Os sucessores de D.Afonso Henriques continuaram as lutas e finalmente em 1249, D. Afonso III, conquistou o Algarve.
A história de Portugal como nação, remonta ao ano 1140 d.C., altura em que, após nove anos de revolta contra o Rei de Leão e Castela, Dom Afonso Henriques se auto-proclama rei de Portugal. O seu filho, Dom Afonso I e os seus sucessores, continuaram a expandir o território para sul, conquistando-o aos mouros. Lisboa é-lhes tomada em 1147 e as fronteiras que hoje existem forma demarcadas por D. Afonso III em 1249. Dinastia de Borgonha em Portugal
A Dinastia de Borgonha, também chamada Afonsina (pelo elevado número - quatro - de soberanos com o nome de Afonso) foi a primeira dinastia do Reino de Portugal. Começou em 1096, ainda como mero condado (autonomizado em reino em 1139-1143) e terminou em 1383. D. Afonso Henriques tornou-se Príncipe de Portugal depois de vencer os nobres galegos, os Peres de Trava, aliados de sua mãe, D. Teresa, na batalha de São Mamede em 1128. Foi apenas em 1179 que o Papa Alexandre III reconheceu Portugal como um Estado independente, o que na época era fundamental para a aceitação do reino no mundo cristão. D. Sancho I sucedeu a D. Afonso I, seu pai. À semelhança do anterior continuou o processo de Reconquista da Península Ibérica sob domínio Mouro. A D. Sancho I sucedeu D. Afonso II, seu filho. Em 1233 o seu filho D. Sancho II sucedeu-lhe. O reinado deste não durou muito tempo e em 1248 seu irmão subiu ao trono, D. Afonso III. Foi ele que terminou com a presença muçulmana em Portugal, re-adaptando o título de Rei de Portugal e do Algarve. Com as fronteiras do território definidas através do Tratado de Alcanizes (1297), D. Dinis, filho de Afonso III e herdeiro da coroa, começou um processo de exploração da terra do reino. Em 1325 sucedeu-lhe D. Afonso IV, cujo filho, D. Pedro I, protagonizou um dos episódios mais conhecidos da História de Portugal, que Luís de Camões incluiu n’Os Lusíadas, o amor de Pedro e Inês de Castro. Com a morte de D. Pedro I, o filho primogénito, D. Fernando subiu ao trono em 1367. Em 1383 sua filha, D. Beatriz, casou-se com João I de Castela, o que complicou a continuidade da dinastia. Em 1383, com a morte de D. Fernando, o reino entra em anarquia total, com a ameaça de anexação pelo reino de Castela. Após a eleição de D. João I como rei nas Cortes de Coimbra de 1385, considera-se iniciada uma nova dinastia, pela quebra na sucessão legítima, ainda que o novo soberano descendesse directamente do rei D. Pedro I.
Com a morte de D.Fernando de Portugal, se coloca em prática o tratado de Salvaterras de Magos, que delegava a regência do trono a sua esposa D. Leonor Telles, a qual deveria casar sua filha, D.Beatriz, com o herdeiro de Castela, unindo assim os dois reinos a partir do nascimento de um filho homem. Assim sendo, inicia-se a crise de sucessão que resultou em profundas mudanças no reino. O povo, insatisfeito, condenava o romance proibido de D.Leonor com o Conde de Andeiro;esse fato fomentou uma série de contestações e tumultos, e a insatisfação se estendeu inclusive a certa parte da nobreza e de toda a chamada burguesia mercantil, que não aprovavam a união dos reinos. Essa insatisfação foi também partilhada pelo chefe da Casa de Avis. Em Dezembro de 1383, com o assassinato do Conde de Andeiro, o Mestre de Avis se dá o golpe que proclamaria este Regedor e Defensor de Portugal, encerrando assim a regência de D.Leonor Telles. O período chamado de interregno é o período em que não há rei ou autoridade governativa no estado, foi o período de incursões de D.João de Castela, o legítimo Rei contra Portugal, e da resistência liderada pelo Mestre de Avis, que a partir de uma série de vitórias, foi fortificando o seu compromisso com o povo português, e ganhando apoio cada vez maior de parte da fidalguia que antes pretendia ao trono o filho de D.Pedro com Inês de Castro, e da burguesia formada por comerciantes, e profissionais liberais que almejavam maior participação política nas administrações locais. O Mestre da Avis, com apoio também dos populares, agora só precisaria de uma eleição nas cortes de Coimbra para assumir o trono português. A alta nobreza apoiava um sucessor Castelano, pois temia a perda de seus privilégios com a quebra da dinastia e do tratado de Salvaterras e ainda apontava a possível eleição do filho de D.Pedro com Inês de Castro, o infante D.Diniz. A chamada baixa nobreza, abraçada à idéia de possível ascensão nobilitaria e aquisição de terras, defendia seus interesses apoiando o Mestre de Avis, em uma manobra estratégica, pois este já tinha o apoio das camadas populares e da burguesia mercantil que estava muito interessada em alcançar benefícios em forma de cargos políticos, ou leis que pudessem favorecer os seus negócios.Entrava em choque uma política de fixação, contra uma política de transportes. João das Regras, jurista integrante da baixa nobreza, foi decisivo em seu discurso na corte, ilegitimando os outros possíveis herdeiros do trono, e após trinta dias de debates, o parlamento pressionado pelo povo e pelo herói de guerra, o condestável Nuno Álvares, elege por unanimidade o Mestre de Avis, iniciando assim uma nova dinastia. Após sua subida ao trono, D.João I, ao lado do condestável Nuno Álvares ainda enfrentariam em uma ultima batalha o Rei de Castela, e a vitória na chamada Batalha de Aljubarrota, ficou marcada como uma das mais importantes na consolidação do que viria a ser um estado português. A revolução de Avis não pode ser classificada como estritamente popular ou burguesa, e sim como uma mescla de interesses de ambas comunidades com o apoio de uma baixa nobreza sedenta por privilégios, terras e títulos. A revolução pode ter fundamentado as bases de um sentimento patriótico, mas com a presença de três classes distintas, buscando seus interesses, e procurando legitima-los nas cortes. A burguesia foi quem mais se beneficiou com a revolução, pois agora participava dos conselhos municipais fazia parte do estado e procurava se equiparar aos nobres, política e juridicamente.A nobreza agora ameaçada tentava conter os avanços da burguesia no campo, fato que dirigiu os esforços da burguesia para seus avanços comerciais, que chegaria às navegações continentais em busca de mercados e produtos. A revolução tem como resultado a centralização do poder, pois sob o governo de D.João, o estado dominou o clero, fomentou ao povo idéias nacionalistas baseado em feitos bélicos e apoiou a burguesia mercantil, que chegaria ao seu auge com as empresas ultramarinas.


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